A escolha artística do Clã é baseada em sua própria inquietação, curiosidade e necessidade de expansão e também na possível contribuição com a cena artística contemporânea, abrindo espaço às novas possibilidades de se fazer arte fora de modelos hegemônicos. É uma proposta, uma tentativa de estrutura-se, após todas as rupturas provocadas pela Pós-modernidade. Entendemos que a Arte Abstrata, até mais que a arte representacional, exige o encontro real. Ela depende, para obter seus efeitos (sejam eles simples ou complexos, sensoriais ou conceituais), da presença do observador. Os significados são criados quando essas realidades concretas invadem, por meio dos sentidos, a imaginação receptora.

A integração entre natureza, ciência e espiritualidade, estabelece um importante alicerce em nossa identidade. O resultado é uma arte mais próxima da pintura abstrata do que do teatro, pois nos afastamos da representação – eis o traço político de nosso trabalho: pretendemos ampliar nossas experiências e deixar a quem tiver contato com nossas propostas, escolher, ou não, a verticalização, o mergulho em si, que pode ampliar possibilidades para além de nosso papel social, chegando, quem sabe, à observação e consideração da diversidade que compõe nossa estrutura social.

Acreditamos que este pensamento utópico pode produzir, ao menos, potentes mudanças parciais, dentro do mundo atual.